quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ELOGIO DAS MÃOS... parte do texto do livro "A Vida das Formas" de Henri Focillon

" O artista que desbasta a madeira, que bate o metal, molda a argila, talha o bloco de pedras, faz reviver até nós um passado do homem, de um homem antigo, sem o qual não existiríamos. Não é admirável ver perfilar-se entre nós, na era da mecânica, este obstinado sobrevivente das idades da mão? Os séculos passaram por ele sem alterar a sua vida profunda, sem o fazer renunciar às suas antigas maneiras de descobrir o mundo e de o inventar. A natureza continua a ser para ele um repositório de segredos e de maravilhas. É sempre com as suas mãos nuas, fracos instrumentos, que procura revelá-los, para os integrar no seu próprio jogo. Assim recomeça, perpetuamente, um formidável passado, assim se refaz, sem se repetir, a descoberta do fogo, do machado, da roda, do torno de oleiro. Na oficina de um artista, estão patentes por todo o lado as tentativas, as experiências, as intuições da mão, as memórias seculares de uma raça humana que não olividou o privilégio de manusear. "

Um comentário:

  1. Boa tarde
    Relativamente a este ensaio, será que podia escrever um pouco mais sobre ele? Sou aluna e tenho em mãos um trabalho para fazer sobre um tema à escolha, de entre os que o professor nos forneceu. O Elogio da Mão, de Henri Focillon é um deles, e visto que ainda não fiz a minha escolha, gostaria, se fosse possível, de saber um pouco mais sobre este ensaio.
    Se souber de algum artigo ou documento que me elucide sobre o mesmo, também será uma grande ajuda.

    Obrigada, Cláudia Diniz.

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