quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ELOGIO DAS MÃOS... parte do texto do livro "A Vida das Formas" de Henri Focillon

" O artista que desbasta a madeira, que bate o metal, molda a argila, talha o bloco de pedras, faz reviver até nós um passado do homem, de um homem antigo, sem o qual não existiríamos. Não é admirável ver perfilar-se entre nós, na era da mecânica, este obstinado sobrevivente das idades da mão? Os séculos passaram por ele sem alterar a sua vida profunda, sem o fazer renunciar às suas antigas maneiras de descobrir o mundo e de o inventar. A natureza continua a ser para ele um repositório de segredos e de maravilhas. É sempre com as suas mãos nuas, fracos instrumentos, que procura revelá-los, para os integrar no seu próprio jogo. Assim recomeça, perpetuamente, um formidável passado, assim se refaz, sem se repetir, a descoberta do fogo, do machado, da roda, do torno de oleiro. Na oficina de um artista, estão patentes por todo o lado as tentativas, as experiências, as intuições da mão, as memórias seculares de uma raça humana que não olividou o privilégio de manusear. "

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Algumas criações...


Anfora

São Francisco


Minha paixão pela ceramica...

Sempre gostei muito de arte e a escultura particularmente me facinava... Quando eu era mais jovem participei de um grupo de biodança ( a dança da vida) e numa atividade após o trabalho com a dança foi proposto que cada um desenvolvesse uma modalidade voltada as artes plásticas e foi nos fornecido materiais diversos como papel, tecido, sucata, argila, tintas diversas e outros. Naquele momento a argila me despertou a atenção... Comecei a fazer um trabalho sem pensar na forma, só envolvida com os meus sentimentos... O prazer e a angustia que brotavam de dentro de mim era muito forte, surgiram sensações que nunca tinha experimentado... O resultado se deu através da forma de um dragão... que se mostrava adormecido... A imagem deste dragão me acompanhou por muito tempo... Sentia que esta força interna que existia, mas se apresentava dormente era uma energia que precisava de espaço para o despertar. Nesta época morava na cidade de São Paulo. Após algum tempo me mudei para Bragança Paulista, onde encontro uma grande ceramista Malu Mahumad, que me ensinou cada passo da técnica da ceramica. Minha mestra com grande paciencia e amor me ajudou a dar os primeiros passos nesta arte maravilhosa. Começamos com a modelagem e depois com o torno e fui aos poucos com muita determinação a trilhar meu caminho na ceramica artistica... Hoje, ela continua ainda sendo um grande exemplo de dedicação e competencia e mais ainda, uma grande amiga onde dividimos a arte e as nossas angustias, alegrias e contradições da vida... Sei o quanto a ceramica é responsável pelo meu crescimento enquanto pessoa humana. Ela me ajudou a ser mais centrada, a confiar no meu potencial de criação, a usar os elementos da natureza na síntese da criação...  trazer de dentro de mim o dragão que estava adormecido...